Sentir a alegria na mesma intensidade que sinto a tristeza
para todas nós, intensas e ansiosas
Eu quero fazer um pacto comigo mesma: me permitir sentir a alegria na mesma intensidade que a tristeza. E primeiro preciso dizer que isso não é tão simples pra mim (e talvez você se identifique), pois sou do tipo que, quando as coisas estão indo bem, fica só na espera de que algo ruim aconteça para acabar com aquele momento jubiloso. Talvez isso seja apenas um mecanismo de proteção mesmo, porque aí quando algo de ruim acontece eu fico com aquela sensação de “ah, já esperava, tava na cara que isso ia acontecer”, e sigo minha vida fingindo que não estou completamente decepcionada.
O problema é que eu fico, sim, completamente decepcionada. E eu sinto profundamente cada angústia, não consigo, por mais que tente, afastá-la da minha mente por muito tempo. Usei a palavra “tristeza” porque ficou poética no título, mas seria algo mais como uma frustração, um amargor na boca que por acaso também pesa um pouco o peito. Sabe do que eu tô falando?
E essa sensação opressiva persiste, firme e consistente, pelos dias que sucedem a tal situação gatilho, aquela que desencadeou tudo. Até que tudo se reverte, fica tudo bem, e essa coisa ruim vai embora. E então, chega a vez da alegria.
E é nisso que quero chegar nesse texto confuso: quando a alegria voltar, porque ela sempre volta, não importa o quão profundo tenha sido o desespero, eu quero ser capaz de curti-la por inteiro! De me entregar, saborear, agir como se não existisse tristeza. Pois, veja bem, no momento da tristeza eu ajo como se não houvesse mais alegria no mundo! Então por que não posso viver a situação ao inverso? Eu posso, sim. Mereço. E vou.
É muito cruel comigo mesma viver a felicidade com cautela, sentindo que tem alguma armadilha me esperando. E também é cruel me entregar tanto ao pessimismo quando tudo sai dos trilhos. Talvez eu devesse encontrar moderação no meu sentir; saber que nada é permanente, lembrar que a vida muda em um segundo, dosar mais os prazeres e as dores. Só que eu sou uma pessoa que só sabe viver de corpo inteiro.
Não me orgulho disso, mas eu sou aquela clássica pessoa 8 ou 80. Detesto o meio-termo: eu vou pro tudo, se não prefiro ficar com o nada mesmo. E sou assim em todas as áreas da minha vida: me deixo arrebatar por paixões, hobbies, livros, comidas, viagens. Acho chique chamar de hiperfoco, é um nome muito mais elegante do que obsessão, não concorda?
E se não consigo evitar hiperfocar no desespero, decido que também destinarei esse hiperfoco para toda a minha felicidade, sempre que ela se fizer presente. Me comprometo a viver como se cada instante alegre fosse eterno, como se os prazeres fossem sem fim. Comemorar os picos na mesma intensidade com que choro os vales.
Talvez este não seja um bom conselho para quem ler esta newsletter. É, antes de mais nada, um conselho para mim mesma. Sentirei minhas emoções intensamente, porque é assim que eu me reconheço nesse mundo. Intensa.
Essa reflexão fez sentido por aí? Então que tal compartilhar com alguma amiga que também vai gostar de ler?
Tem muito de mim que não cabe na newsletter
Talvez e breve tenhamos um novo quadro aqui…
Sei que não estou mantendo a mesma constância de postagens de quando comecei a news, mas é só porque tento levar a minha escrita com leveza, sem me cobrar tanto, e também porque prefiro deixar para publicar quando realmente tenho algo que faça sentido a dizer. Tem mais um motivo: estou trabalhando em outros textos, que na verdade sâo crônicas mais autobiográficas, e por enquanto elas não cabem aqui, mas eu anseio muito pelo dia em que começarei a postar esses textos.
Avisarei quando este momento chegar e já aguardo com um belo frio na barriga, pois provavelmente representará um marco importante na minha trajetória pessoal e profissional.
Não quero fazer suspense ou criar expectativas, só não consigo me conter! Eu sou tantas em mim que, às vezes, transbordo nas palavras o que represo no corpo.
O que você sentiu ao ler esta reflexão? Deixe um comentário, tô doida pra saber!
Concordo tanto, tanto, tanto!
E já estou animada para ver o que vem por aí 🥰